Trinta de novembro
Hoje à noite
Ninguém vai morrer de amor
Alguns sofrerão de saudade e assumirão
e outros sentirão tanta falta
que causará contínuo incômodo
mas ninguém vai assumir nada
porque já é de praxe não assumir sentimento
E ninguém vai morrer de ansiedade
Ele não vai decidir o que ele quer da vida
E nem quem ele quer pra vida
Ela não vai controlar a sua ansiedade
A dor da espera não deixará de afligir coração algum
Hoje à noite
Canções de amor serão escritas
e serão guardadas por seus donos
porque o coração não deve calar
Mas que fale apenas quando não houver palco
e nem público...
Hoje à noite
O céu está nublado
mas eu ainda vejo algumas estrelas
O vento cheira à Natal
mas ainda é trinta de novembro
Hoje à noite
Alguém prometeu não pensar em ninguém
e que promessinha fajuta, essa
que de promessa, não tem nada
mais mal prometida que promessa de político
em época de eleição
Hoje à noite
alguém pensou na possibilidade de
a realidade dar uma pausa
Hoje à noite
alguém parou tudo e sentou na grama
só pra sentir o vento passar
Hoje à noite
Hoje à noite...
Amor
ou paixão
ou saudade
ou falta e lacunas e aflição
ou promessas fajutas
ou tudo junto...
Com a única certeza do trinta de novembro
Da noite encaloradamente fresca e bela
Do cheiro de Natal
E nada mais.
* Esta poesia foi escrita em 30/11/2013.