O homem que não sabia ler

Há um tempo bem distante

Conheci um homem

O homem que não sabia ler,

Quando sentei-me ao seu lado

Vi a doce face de sua vida

Não sabia ler, mas escrevia

Era o maior escritor que nesta terra existia,

Cada frase que formava

Era um som de melodia,

Seu coração espelhava doçura e harmonia,

Era o homem que não sabia ler

Mas, que tudo escrevia...

Bastava dizer o necessário

Que sua alma crescia

Eram versos não pensados

Sonhos concretizados, vidas e vidas vividas

Tudo tão completo e tão perfeito

Que qualquer escritor entendia

O que um homem que não sabia ler

Belas coisas escrevia,

Falava de sua amada, da distância que os rompia

Do pai que nunca deixava mostrar o rosto daquela Judia,

Ele não sabia ler

Mas acreditava na beleza, com uma performance de ironia,

O rosto da mulher que amava

Este homem descrevia

Com palavras sutis e bem empregadas

Chorava a sorte que perdia

Mas o homem que não sabia ler

Me ensinou como se escrevia

Bastava conhecer a alma

Decifrá-la dia após dia...

Era o homem mais sereno

Que esta terra escondia

O homem que não sabia ler

E a vida escrevia...

Del Dias
Enviado por Del Dias em 05/10/2015
Código do texto: T5405777
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