Então vai

Eu poderia dizer que são tuas

As insonias que me querelam

E tu sabendo de uma ou duas

Faz charme aos que te esperam

E o tempo cruel e implacável

Não dispensa castigar a nós

Como faz a um jardim impecável

Murcha as rosas e os girassóis.

Então sem tudo saber prossigo

Mas me alimento de desesperança

E há como doem meus sentidos

Peso ingrato do amor que me cansa.

E como são frias todas as noites!

Carregadas de solidão.

Os dias se tornam verdadeiro açoite

Deixam marcas no coração.

Quem morre de amor vive um tanto

Mas não se vive de amor que morreu

E só quem chora esse mesmo pranto

Sabe o valor de amar o que é seu

Ah como é cinza o mundo dos poetas

Faz até calo a solidão no peito.

Quantos suspiro em noites inquietas

Quanta lembrança, quanto medo.

Continua...

Glauco Medeiros
Enviado por Glauco Medeiros em 01/05/2015
Código do texto: T5227472
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