Então vai
Eu poderia dizer que são tuas
As insonias que me querelam
E tu sabendo de uma ou duas
Faz charme aos que te esperam
E o tempo cruel e implacável
Não dispensa castigar a nós
Como faz a um jardim impecável
Murcha as rosas e os girassóis.
Então sem tudo saber prossigo
Mas me alimento de desesperança
E há como doem meus sentidos
Peso ingrato do amor que me cansa.
E como são frias todas as noites!
Carregadas de solidão.
Os dias se tornam verdadeiro açoite
Deixam marcas no coração.
Quem morre de amor vive um tanto
Mas não se vive de amor que morreu
E só quem chora esse mesmo pranto
Sabe o valor de amar o que é seu
Ah como é cinza o mundo dos poetas
Faz até calo a solidão no peito.
Quantos suspiro em noites inquietas
Quanta lembrança, quanto medo.
Continua...