Fotografia de © Ana Ferreira
 

"A espantosa realidade das cousas é a minha descoberta de todos os dias (...)
Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."
(Alberto Caeiro, in A Espantosa Realidade das Cousas)



 
DA VIDA QUE SURGE EM MEIO À ADVERSIDADE

É preciso um pouco de sensibilidade para observar as flores
que vicejam por entre as pedras da calçada,
como vida que surge, sem que ninguém tivesse plantado.

Deveria o coração de concreto do homem, também,
ter fendas, nas quais um breve sopro de vento ou as aves
pudessem depositar sementes.

Talvez a humanidade passasse a entender melhor
a plenitude da vida e pudesse, então, vivê-la, 
compartilhar suas cores, seu cheiro, sua forma,
não a sendo, mas sentindo-a...  Sendo por ela, talvez.


Ana Flor do Lácio
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 27/01/2014
Reeditado em 09/09/2015
Código do texto: T4667317
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