Dorme esta criança em seu mundo inteiro
Dorme esta criança em seu mundo inteiro,
E só seu imaginário alcança os tons verdadeiros,
A matéria de um astro desvelada;
A verdade, coisa tonta, vestígio de um dia atônito.
Se dentro de um círculo esse garoto está pronto,
Fora dele, é aquele que sonha a realidade;
No entanto,
Dentro do grupo na realidade está para competir pelo poder,
E está pronto, e fora da realidade para pleitear um poder em pó;
Por beber do leite da esfinge, está criança repousa satisfeita no colo de um enigma,
Deixa-se devorar pelo devaneio de um fato intenso,
Pobre homem infante com seu cavalo alado e amigos imaginários,
Feitos de fumaça e pó;
Um dia a criança inteligente em seu imaginário há de decifrar sua sorte,
E brincar de roda naquele círculo, brincar de pique,
Por um poder de rir, poder de ser a si mesmo;
Pois todo o poder põe esse guri em cima do muro,
Em cima do fio,
E poder é pó sob o tempo,
Sob o vento,
E a realidade é pé sobre o muro com fio e pipa,
A realidade é essa criança que quer algo de verdade,
No fundo do coração, este homem feito agora gente,
Quer amigos, amor, fé, café, ciranda, balé, chocolate, paz e tranquilidade,
E não poder em pó.