Desabafo
Revolta deveria ser meu nome hoje
Apesar de escutar os mais diversos discursos
Sobre paz e calmaria
Hoje, somente hoje, esse seria meu nome.
Busco entender as pessoas
E acima de tudo a mim mesma,
Gostaria de saber, porque tantas coisas
Tantos labirintos em nossas vidas
Só queria entender...
Mentira...
Queria mesmo dominar as correntezas
E saber ao certo o que a vida me reserva.
Fico indignada com certas coisas
Mas sei que acima de qualquer duvida
Eu me permito
Eu me permito repetidamente
A tudo que eu venho passando
Fecho os olhos e começo a ri de mim
O pior a revolta é sobre mim
Não dos outros, pois apesar das ofensas
Esse é o máximo deles
Revolto-me contra a mim
Como posso ser tão imatura
Acreditar que as pessoas podem mudar
Como posso acreditar?
Afinal quem nasceu monstro
Sempre será monstro.
Mas sinceramente acredito
Que as pessoas podem transmutar
A mascara da maldade
E ser um ser melhor
E nesse momentos me pego
Questionando toda a minha estrutura de vida
Minhas crenças e valores.
Não que essas coisas me derrubem
Simplesmente me indignam
Mas acima de tudo me inspiram
Engraçado as pessoas más tentam nos destruir
Mas podemos usar o mal delas
Para o nosso crescimento
Para o nosso fortalecimento
E com certeza estou me fortalecendo
Cresci muito nesses últimos anos
De formas que eu não esperava
Mas enfim
Faz parte da minha história
Faz parte do meu ser
E por mais que me constranja
Passou por mim
Como tempestade nas areias do deserto
Como maremoto em mar calmo.
Mas hoje simplesmente olho para tudo
olho para todos e me pergunto: Para que tudo isso?
O que as pessoas ganham em tentar humilhar os outros?
Se a intenção era revolta e guerra se enganaram
Porque para muitas coisas as melhores respostas
São o silêncio da noite
E não a tempestade.
O silêncio acalenta a alma
O silêncio destrói o ser
E por isso minha unica arma desse em dia em diante
Será o silêncio que acalenta minha alma
Que me coloca no colo
E acaricia meus cabelos
Ao ler certas agressões meu coração se cala
Apenas se silencia e não indica nenhum sentimento
Isso me deixa tensa
Queria muito o sangue do ódio
Da ira em minhas veias
Mas apenas leio uma ou duas vezes
E começo a ri
Como se não fosse meu
Mais uma cena de novela
Uma novela barata...
Fecho os olhos e tento rever
Cada momento bom
Procurar algo de bom em seu ser
Mas apenas vejo o monstro
Dos meus sonhos de menina
Tentando me devorar
Mas para minha alegria
A menina não teme mais ao monstro
Não teme mais
A menina cresceu
E cresce cada dia mais
Que você brinca de bicho papão...
Começo a ri novamente
Por momentos acreditei em você
E você criança mimada
Menino tolo...
Brinca de monstro
Acreditando que tem poder
Mas não se entristeça depois
Pois foi você quem plantou...
E eu sinceramente....
Nesse instante, não sou eu quem irar colher...
Mas infelizmente menino mimado
Suas brincadeiras terão consequência...
Resta para eu praticar o Hopono Hopono
Dizendo essas simples palavras
"Eu sinto muito" - pois tudo que existe
Nesse meu mundo é criação da minha mente
Tudo que vivencio em algum momento
Fui eu quem criei e recrio.
"Eu me perdoo" - não estou aqui para ser perfeita
Nem saberia. Mas perdoo a criança
Criança que muitas vezes age sem pensar
Arisca como um gato...
Instintiva como um ser primitivo
"Eu me perdoo" - apesar dessa menina
Me dar tantas dores de cabeça
Eu a perdoo, pois faz parte de meu ser
Parte das minha buscas e criações
Eu a perdoo de todo meu ser,
Pois não fui adulta o suficiente
para educa-la
Para mostrar a ela o caminho...
"E agradeço" - Eu agradeço a todos os momentos
Porque precisa de cada um deles para crescer
Para ser quem sou
E assim continuarei meu viver
Aliviada e pensativa...
nem triste e nem alegre...
Apenas aliviada...