Mestre Wildson

Quem é seu mestre? Quem foi o mestre de Adão no Éden, onde não havia ser igual?

Por acaso a gênese de tudo não teve mestre algum para espelhar-se?

Cabe-me ver quanto de miserável somos, postulando padronizações insondáveis,

E assim, cada um faz com que suas próprias ambições mesquinhas tornem-se fulcrais.

Ah! Meu mestre, ser da pureza, na singular nobreza de enxergar o mundo,

Diz-me como posso ser assim, longe de tudo, distante de mim?

Como posso entrar neste simulacro da tua feição, fingindo ser quem jamais poderia?

Como esconder meu rosto diante da tua mente brilhante?

Quando olho os teus gestos fica o encanto figurado em cada movimento,

Em adjungir a razão à doçura em preconizar palavras tão sábias.

Não adie mais, o mundo precisa de sua presença, como um deus minúsculo,

Que chora da miséria dos analfabetos e sorri no poema de Pessoa.

Não se deixe procrastinar, que o posposto chegue antes de sair,

E que tudo que traga seja belo, como seu sorriso amarelo.

Descarte nossa ignorância objetiva que vê o óbvio,

Porque nossa mente ainda não chegou ao seu modelo,

Do qual nasce à filosofia da mais pura magnificência.

Ajuda-nos com sua égide sagrada pelas palavras proferidas,

E que a sua mão e sua voz, possam coadunar com todos para um mundo melhor.

Porque para ser mestre é preciso antes de tudo ser homem,

Digno do mais belo saber, à guisa de sua liberdade do pensar.

Não posso corroborar com tudo o que diz, e isso faz de você muito mais mestre.

Quem dera trazer em mim o verdadeiro saber pelo qual você ensina,

Porque não é apenas mestre Wildson, e sim alguém pronto a ser todo dia um novo mestre,

Porque quem pensa que sabe, deixa de ser mestre para ser discípulo,

Mas ao mestre cabe a essência imaculada do saber que nunca se acaba.

TAS
Enviado por TAS em 08/03/2012
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