A POESIA QUE VOCÊ NÃO ESCREVEU
O que estava entre a mente, o papel e a caneta?
O que te causa dor ou alegria?
O que há entre o afeto e a renúncia?
O que é mentira ou verdade?
Quantas palavras seriam necessárias para acalmar a alma?
Entre o que não há começo, nem fim, nem ponto final.
Quantas de ti há em ti, que não foi escrito, apenas pensado.
O que cada vírgula descreveria? As buscas pelas reticências da vida?
Entre cada gesto ficou a poesia não escrita,
A dor mal curada, a raiva esquecida.
Em cada silêncio, uma palavra,
Em cada palavra um silêncio.
O amor que traz dor é o mesmo que cura.
A ansiedade que nos faz sofrer é a mesma que liberta.
O que não sabemos de nós é o que nos orienta.
A fé no que acreditamos é o que nos consola.
Tudo passa, tudo move, tudo cresce e morre.
O tempo é nosso aliado ou nosso inimigo.
O medo nos faz perder a calma e a coragem,
E o tormento da angústia perde nossa fantasia.
Ainda lerei os seus versos,
Ainda recitarei teu amor,
Ainda hei de ver...
A poesia que você não escreveu.