Sonho censurado
 
Saudades daquele sonho...
Era quente, mas não queimava
Era frio, mas não congelava
Era nuvem, mas não passava
Era noite e não assustava
Era dia e não ofuscava
Saudades daquele sonho...
Era deserto, mas não solitário
Era jardim, sempre floreava
Era manhã, sempre orvalhava
Era desejo, sempre instigava
Era presença, mas nunca chegava
Saudades daquele sonho...
Era solitário, não fosse, seria realidade
Jamais quis que se concretizasse
Só queria o sonho, aquele sonho
Mas o sonho foi proibido, censurado
Relegado a pesadelo, foi desterrado
Saudades daquele sonho...
Sonho que melhor seria não ter sonhado
Agora o desejo de um sonho inédito
Um novinho para ser saboreado...