Sou somente eu

sem nome, sem nada sigo esta vida

sem data, sem pais sigo por esta sina

não consigo desatar as correntes que me prendem

elas me julgam e me conjulgam

sou prisioneiro dos céus

não posso dar a eles o que eles querem

sou um eterno pecador

sigo atordoado aquele traidor

que me deixou e me levou

tudo o que era importante para mim

ele arrancou do meu peito

com uma brutalidade insana

inconsciente vejo que não sou nada nem ninguém

enquanto estou consciente

sou apenas um mont de correntes que são mandadas

para algum lugar, algum objetivo que me prende a elas

não sei o que sou, sigo apenas a estrada que me dão

ela é suja e eu tenho que pisar nas cabeças dilaceradas

minhas mãos estão juntas, as correntes se firmam

com a cabeça abaixada, não tenho um objetivo concreto

não sei o que estou fazendo aqui, não sei o que me deram no almoço

minha memória é precária, ela é sem nome

sem nome, sem nada sigo esta vida

sem data, sem pais sigo por esta sina

não consigo desatar as correntes que me prendem

elas me julgam e me conjulgam

sou prisioneiro dos céus

você já deve ter ouvido falarem em inferno

você já deve ter ouvido falarem em céu

você já deve ter ouvido falarem em julgamento

eu não sei qual deles é o meu destino

sigo com a cabeça baixa sem nada a declarar

sou somente eu, não sei o que está acima de mim

não sei o que está abaixo de mim, sigo por esta estrada

desnorteada, ela é envolvida pela loucura

não posso fazer nada, não sou eu quem a controlo

sou um instrumento, porém... de quem?

você me viu chegar até aqui, você me viu chegar até ali

você que me viu nascer, você que me amamentou deve saber

você que sempre me tratou bem e me acompanhou

segurando minha mão para eu não cair

você deve saber qual o meu destino mãe

qual a ordem dos fatores? qual a foice que me decepará?

o que faço num mundo aonde abaixo a cabeça para os outros?

por que não viver sendo eu mesmo? por que não retirar estas correntes que me sufocam?

por que sou guiado pela cegueira que desnorteia este mundo seco

e cego que vivemos naturalmente, um bando de macacos que acham que sabem o que fazem

você segue os seus princípios, você persegue o seu instinto

porém você sabe os seus princípios? me nomeie eles!

dê-me os nomes de cada um deles, saiba dizer o que sabe

você não tem nome assim como eu, você é só mais alguém

que um dia irá morrer e somente está de passagem

porém esta passagem deve significar alguma coisa

não importa o que, entretanto devemos saber

nosso instinto é algo sem inteligência

devemos seguir aquilo que nos faz sentir

porém ainda tenho correntes em meus braços

e pernas, pode tirá-las para mim?

você já deve ter ouvido falarem em inferno

você já deve ter ouvido falarem em céu

você já deve ter ouvido falarem em julgamento

eu não sei qual deles é o meu destino

sigo com a cabeça baixa sem nada a declarar

sou somente eu, não sei o que está acima de mim

não sei o que está abaixo de mim, sigo por esta estrada

desnorteada, ela é envolvida pela loucura

não posso fazer nada, não sou eu quem a controlo

sou um instrumento, porém... de quem?

você sabe as cores do arco-íris?

você sabe porque elas existem? sabe porque você existe?

simplesmente para saber o porque de existir

você existe para viver, saber e morrer

você está de passagem para dizer oi para aqueles que ama

seu amor é impuro e eu sou a impureza deste

não sou eu quem controlo meus sentimentos

são eles quem me controlam, especialmente minhas mãos

escrevo o que me vem na cabeça

sou o instinto que escreve, ele é meu coração?

e os meus princípios? onde ficam?

eu posso não saber pra que sirvo

porém sempre irei lembrar das minhas memórias

minhas ousadas e fúteis dores

meus passados e futuros amores

meu eterno presente ódio

que me corrói a cada dia mais

não me importo com o que você lê ou deixa de ler

faço o que sinto e o que devo fazer

não sou uma máquina, disso eu sei

você pode saber pra que está aqui

porém seu objetivo é maior do que o do outro?

é maior do que aquele que sabe o que sente?

do que aquele que sabe o que pensa?

você é superior? você é inferior?

seu desejo é maior do que daquela pessoa ao seu lado?

onde fica a estrada que eu perdi?

eu cheguei até aqui, bebi um guaravita e esqueci

do meu caminho que tinha pra continuar

não posso esquecer do copo a ser descartado

jogo-o no lixo, olho-o bem

e vejo o meu eterno "porém" desenhado nele

sou algo que um dia será esquecido, enterrado

deixado de lado e morto para todos

então serei eu mesmo durante este longo período

serei a dor e o amor que me completam o coração

eu sei que meu objetivo ainda está selado

e que tenho uma meta nesta humilde vida

porém... eu posso não saber pra que sirvo

mas sei que posso sorrir para aquele que precisa de um sorriso

você já deve ter ouvido falarem em inferno

você já deve ter ouvido falarem em céu

você já deve ter ouvido falarem em julgamento

eu não sei qual deles é o meu destino

sigo com a cabeça baixa sem nada a declarar

sou somente eu, não sei o que está acima de mim

não sei o que está abaixo de mim, sigo por esta estrada

desnorteada, ela é envolvida pela loucura

não posso fazer nada, não sou eu quem a controlo

sou um instrumento, porém... de quem?

sou um instrumento de mim e, parte de Deus

assim como todos

Gust
Enviado por Gust em 03/07/2011
Código do texto: T3073557
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