Por trás dos escritos

Por trás dos escritos

O que sente o autor

Realmente o poeta

Pode ser um fingidor

E ao dizer sentir o amor

Não possua tal substantivo

Nem em verbo ou adjetivo

Que meus olhos possam ver

E minha mão ao escrever

Venha descrever aquilo que fato vejo

Substância potencializada

Constrói em versos intenções

Reais ou irreais

Escondido por trás das palavras

Quem estará?

Nem sempre a boca fala

O que realmente o coração sente

Ela muito mente e até inventa

Quem ler, ler o que outro sente

Ou ler aquilo que em si sente?

Adepto fui propedêutica Kantiana

Do nascer da impressão a matéria

Que o “logos” terá de destilar

Assim encontrando o que realmente é

E não somente fundar palavras das superfícies impressas

Aquele que passa

Querer sentir aquilo que se ler

Haverá de fracassar

Pois será que ao experimentar

Da mesma maçã

Os dois o mesmo sabor perceberá?

E mesmo assim será que isso tudo

Ainda são reais?

Bortella C
Enviado por Bortella C em 29/03/2011
Código do texto: T2878583
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