Porque Solidão?
Não devo ocupar-te, só comigo,
No mundo desmesurado, ferido,
Açoitado, nos teus pequenos filhos,
Famintos ao relento, desprezados!
Se do homem te compadeces
Dando fruto que o alimenta,
Vem da terra, também o homem,
E tua é a força, que o sustenta!
Deitando por terra, a semente,
Que de tão boa, cresce valente,
Revigorada, doa seus frutos,
Que alimenta e acrescenta!
Na terra donde vive, extrai,
Seu pão e refugio do vento,
Eleva-se com o seu trabalho,
Tombado na terra, o corpo vai!
Solidário e passageiro vivo,
Esta é a vida dos pobres,
Companheiros dessa viagem
Neste vagão, pois estou,
De passagem!