A NAU CATRINETA...
Lá vem a Nau Catrineta,
- Que me tem muito que contar;
Sete anos e um dia - Sobre as águas do mar.
Já não tinham que comer,
- Nem tão pouco que manjar.
Deitaram sola de molho
- Pra no domingo jantar;
A sola estava tão dura
- Não a puderam tragar.
Ditam sortes à ventura
- Qual haviam de matar.
A sorte caiu em preto
- No tenente-general.
- Sobe, gajeiro, assobe - áquele mastro real,
Vê se vês terras d´Espanha,
- Areias de Portugal.
Palavras não eram ditas,
- Gajeiro caiu ao mar;
Por milagre de Maria
- Gajeiro tornou ao ar.
- Já vejo terras d´Espanha
- E areias de Portugal.
Também vejo três meninas
- Debaixo dum laranjal;
- Todas três são minhas filhas,
- Todas três tas hei-de dar,
É uma para te vestir,
- Outra para te calçar, e a mais bonita delas
- Para contigo casar...
Não quero as vossas filhas,
- Que lhe custam a criar,
Quero a “Nau Caterneta”
- Para no mar navegar.
- “Nau Caterneta não ta dou”!,
- Que é d´El Rei de Portugal.
Quando chegar a Lisboa
- Logo lha vou entregar!
(Poema anônimo de Marinheiro Português ) Adaptação virtual de Silvino Potêncio – Emigrante Transmontano em Natal/Brasil.
Lá vem a Nau Catrineta,
- Que me tem muito que contar;
Sete anos e um dia - Sobre as águas do mar.
Já não tinham que comer,
- Nem tão pouco que manjar.
Deitaram sola de molho
- Pra no domingo jantar;
A sola estava tão dura
- Não a puderam tragar.
Ditam sortes à ventura
- Qual haviam de matar.
A sorte caiu em preto
- No tenente-general.
- Sobe, gajeiro, assobe - áquele mastro real,
Vê se vês terras d´Espanha,
- Areias de Portugal.
Palavras não eram ditas,
- Gajeiro caiu ao mar;
Por milagre de Maria
- Gajeiro tornou ao ar.
- Já vejo terras d´Espanha
- E areias de Portugal.
Também vejo três meninas
- Debaixo dum laranjal;
- Todas três são minhas filhas,
- Todas três tas hei-de dar,
É uma para te vestir,
- Outra para te calçar, e a mais bonita delas
- Para contigo casar...
Não quero as vossas filhas,
- Que lhe custam a criar,
Quero a “Nau Caterneta”
- Para no mar navegar.
- “Nau Caterneta não ta dou”!,
- Que é d´El Rei de Portugal.
Quando chegar a Lisboa
- Logo lha vou entregar!
(Poema anônimo de Marinheiro Português ) Adaptação virtual de Silvino Potêncio – Emigrante Transmontano em Natal/Brasil.