Momento meu!

Escrever é para mim, uma forma de prazer indispensável para meu bem-estar. É nesse momento que consigo expressar meus sentimentos, meu jeito de pensar e mostras aos outros as diversas maneiras que o mundo pode ser apresentado aos indivíduos.

É escrevendo que me permito ser, no íntimo de meu ego, tão somente eu mesmo sem as arestas que o meio proporcionaria a qualquer pessoa de um destino pré-programado como tantos da nossa sociedade contemporânea. Isto sem falar na sensação de liberdade que me causa quando vejo no papel um pouco do que aprendi nos dias em que vivi pensando. Não importa a certeza ou a dúvida, que por vezes percorre a mente, os conceitos de certo e errado que tentaram me passar quando ainda era neófito na vida.

Brinco com as palavras enquanto minto para eu mesmo e não quero que me digam as verdades dos outros e que a mentira não é saudável. Como pode ser isto? Se o que escrevo me faz bem, traz meu amor de volta, minha paixão se torna recíproca e o meu coração se enche de alegria enquanto minha alma se embriaga com o vinho dos deuses. Neste êxtase de prazer imagino teus versos, tua boca que pronuncia as coisas que quero ouvir, teus pés, descalços, caminhando ao meu encontro. Um contentamento desses só comparado ao que sentiria o deus Dionísio quando em um de seus estados de pouca lucidez. Será que provei seu cálice? O cálice dos deuses não é para os humanos, diriam os sábios. Mas para os imorais socialmente, a profanação não é um pecado; é apenas uma atitude comum sem a supervalorização do espiritualismo que aliena os seres mortais no mundo todo.