POESIA EM MOVIMENTO
A minha poesia é assim
O ponto fica aonde o meu fôlego aguentar
Por isso não deixo
A excelentíssima gramática contraditória, absolutista e oligárquica
acabar com o que sinto
Sei que escrita é escrita e fala é fala
E que entre uma coisa e outra
há um ponto de interrogação
tão grande que nem a diacronia, anacronia e a sincronia explicam
Saussure levante-se, vamos em boa hora, vamos embora
Vambora, vumbora, umbora, bora, bó Saussure!
Chega de contradições e preconceitos lingüísticos
Quem fala vamos embora comete o mesmo “erro”
de quem comete o rotacismo
Oh! Frecharam a língua de Camões
E flecharam o que tem nos corações
Poesia é poesia e mundo é mundo!
Quem parou para observar conseguiu enxergar!
Qual a definição de língua?
A língua é tão viva quanto os olhos que enxergam
esta geração, quanto o coração que sente e quanto a cabeça que pensa!
Deixa de bobagem de pensar que as coisas não mudam!
Tudo muda, tudo se transforma!
Sai da tumba latim vulgar!!!
E não é que ele saiu in totum nesta poesia!
Você viu? Você sentiu? Está aí, assobiando em nossos ouvidos!
Como alma penada boazinha! É claro.
Renovação já ! Já passou da hora, não é mesmo Bagno?
Cristiane Bello