OBSCUROS.

Dentro de mim, me encontro

em verdadeiro desencontro,

vejo idéias não idealizadas,

amor cansado de amar,

sem colo para deitar,

dentro de mim, insisto,

resisto, a me econtrar,

meu mundo não é poesia

mas, não vejo, também a verdade,

tem aqui um sentimento restrito

à dignidade do homem,

tem palavras inquestionáveis

questionáveis, tem lá...

aqui dentro de mim, há uma distância

onde não posso me ver,

e se me encontro, entro em conflito,

vejo uma sociedade, imposta por regras

mas, longe da realidade,

Há crimes sem explicação

e chora meu coração,

quando vejo que sou criminosa

por ter omitido o desejo

não ter aceitado o beijo,

não ter transado com o amado

tampouco amado...

dentro de mim, vejo um vagão

que nada carrega, só ilusão, TAMBÉM, SOLIDÃO,

desilusão, nem sei se é coração...

mas, dentro de mim, reside o amor,

aquele sofrido, por vezes bandido,

por outras banido...

dentro de mim, existe uma sociedade

hipóctra, que prende, abtola,

inconsciente, consciente, dolorosa,

e alguém bate esta porta,

e lá dentro, me apavoro,

porque, conheço dentro de mim,

coisas que o mundo pode fazer degenerar

apagar, tornar lembranças, modificar,

assim vejo o real, o irreal,

o prazer em confronto com a dor,

o amor vaidoso, que quer amor,

dentro de mim, você diz conhecer,

desminto:

não conheçes tu, nada de mim,

e eu nada de você...

Del Dias
Enviado por Del Dias em 19/08/2009
Código do texto: T1762349
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