CILADAS DE MIM...

Quando cheguei ao Rio de Janeiro, não sorri,

Apenas cumprimentei um espectro,

Espírito gauche que me acenava do Redentor.

Meu silêncio era choro bruto,

Carregava os Blocos da Sadoc Correia,

E o calção verde molhado do Lontra.

Fevereiro edificava tristeza!

As tardes na quadra do Modelo,

As músicas da discoteca do Serafim,

Ah, meu Deus! quanta ausência de mim!

Uma estrela pálida num barco da Guanabara,

Trouxe-me anéis e lenços da Lua,

E ali, com a Novo Rio em delírios, sussurrou: sonha, menino!

Lágrimas contidas, quebrei pedaços de céu,

Ouvi cantos de arapongas naqueles voos de mármore,

Queixar-me a quem? Meu único destino era avançar.

Despedi, sem temor, os sentinelas e comecei a construir Pontes azuis.

Campos dos Goitacazes, Colégio Batista, Faculdade de Direito,

Tijuca, Gama Filho, Seminário do Sul e UERJ.

A General Rodrigues de dona Ida e seu Dida.

A Biblioteca Nacional, as tardes na Cinelândia,

O grande Poeta, os museus, a Candelária, o mar,

Ah, Rio de Janeiro! Pombinho colorido de minhas memórias!