"um milhão ou um tostão"

Quanto vale uma vida? Um milhão? Um tostão?

Não se sabe. Parece que depende do momento do espectador.

O mundo vive, respira, dorme e acorda pensando em "cifras".

Tudo o que você pretende possuir, tem "cifras".

Certo ou errado, nõs vivemos n´um mundo extremamente capitalista e desumano.

Onde crianças, velhos, multilados de guerra ou doença não podem fazer suas escolhas e nem tem a possibilidade do "querer".

Homens reféns da própria insignificância; vislumbrando um "não sei o quê", de um lado para outro nessa corrida desordenada em busca da "cifra".

Por causa dela, perdemos o bom humor, a honestidade, a dignidade, a tolerância, a paciência, a fraternidade e até o amor.

Acordamos todos os dias e nem falamos bom dia a quem amamos antes de pensarmos na "cifra".

Nem agradecemos a Deus por mais um dia de vida e já nos pegamos a lembrar da "cifra".

Qual o real valor da vida?

O que temos de bom a oferecer às pessoas, à natureza?

Voltemos no tempo e facemos uma reflexão acerca dos valores.

Será que fomos criados por um Ser superior para preocuparmos com "cifras"?

O sentimento dessa raça humana vale menos que o poder pseudo da "cifra"?

Nosso criador deu-nos a vida e não pediu "cifra" em pagamento; por quê devemos cobrar por tudo que fazemos ao nosso semelhante e exigindo o pagamento; e pior, com "cifras".

Quando alguém está disposto a lhe pagar algo, é porque ele tem como pagar; não lhe fará falta; mas se naquele momento de turbulência não dispor de recursos para efetivar o pagamento, deve ser ignorado? Excluído e banido com indiferença? Ou acolhido e protegido?

Eh! As pessoas desprovidas de um milhão, sejam elas de boa formação de caráter, de responsabilidade ou honestidade, estão perdendo espaço na vida por falta das "cifras".

E quem tem somente um tostão?

Busquemos valores que transcendem as miudezas adqiridas com as "cifras", algo mais enriquecedor que possa fortalecer nossa lacuna espiritual e possibilitar sonharmos com uma igualdade humanitária.

Dentre as verdades, prefiro ser um tostão e não ter a repulsa de mim mesmo.