AS FLORES, OS COLIBRIS, AS ABELHAS E O URRO DO BOI

AS FLORES, OS COLIBRIS, AS ABELHAS E O URRO DO BOI

(Marlos Guedes, 26.09.2017)

E o mundo continua a pulsar

A natureza com suas vibrações a cada instante

Apesar, como diz Ascenso Ferreira, em Sertão, do mórbido dos profetas:

" .... E o urro do boi no alto da serra/ Para horizontes cada vez mais limpos/ Tem qualquer coisa de sinistro / Como as vozes dos profetas anunciadores de desgraças...."

E o que é leve e belo torna-se cada vez mais raro!

E enquanto os humanos continuam seu sinistro plano de matar a natureza

- e, assim, a si mesmos -

As flores no campo , todos os dias, insistem nas suas teimosas liberdades. E tecem e destecem nas suas caminhadas!

Beleza, perfumes e encantamentos!

Em si mesmas carregam os segredos da vida, as sementes de si mesmas.

As sementes que se despredem ao fim da jornada

E bebem, novamente, da terra, da lama, da água, do sol e do ar!

Mortas! Depois de tantos beijos e de suas essências desprendidas

Retornam aos seus botões, abrem suas pétalas e se entregam a dança da natureza

Recebem os beijos dos colibris

E dividem, de graça, seu mel com as abelhas...