A Filha das Matas
Há muito tempo,
Campos floridos a esperavam.
Matas fechadas também aguardavam
O cheiro da terra, as gotas do orvalho
As chuvas, as brisas silentes,
as tempestades quentes...
Saudavam as borboletas
O cantar das vertentes,
E revoadas de pássaros,
Anunciavam insistentes,
Chegou uma filha das matas!
Como fazem as estrelas cadentes
Anunciando aqueles que nascem
Com um brilho fulgente...
E assim se fez
A filha das matas é doce
É puro mel, é erva doce
Mas sabe ser cortante quando quer
Sagrado feminino, sabe ser mulher!
Vai, filha da terra...
Mais um ciclo a espera!
Presentes doces,
Doces esperas.
Porque sabes melhor do que ninguém
Usar bem o tempo enquanto esperas!
Seja livre, filha das matas!
Livre a voar como as águias.
Seja sábia, filha da terra!
Sábia como as corujas mais belas!
Com sua grande sabedoria
Por estes caminhos da vida!
Tu és a flor mais bela
Nascida do ventre da terra
Tú és como a lua crescente
Filha dos elementos
E hoje, tu és mais vida
Tu és o sol nascente!
Por Priscila Koller
26/10/2015
**Poesia em homenagem ao nascimento das mulheres indígenas.