Tempestade

O dia acordou tedioso, tristonho e manhoso

No céu nuvens cinzentas,negras e bem escuras

Anunciava a chegada da tempestade

Mas ninguém acreditava que ela viria

E o dia passou lentamente

E a vida seguiu se normalmente

O calor abrasador sufocava crianças, homens e animais

E o suor corria pelo rosto do cansado lavrador

Que arava os campos de sonhos

No final do dia

O tempo mudou de repente

O céu vestiu-se de negro

E nas funduras do mundo

Relampejava como miríades de sóis da galáxia

E o silêncio vespertino

Foi despertado pelo ribombar dos trovões

E terra seca, árida e sedenta

Preparou-se para receber aquela dádiva

Que vinha do céu em formas de gotas

E em pouco tempo, em questão de minutos, talvez segundos

A terra estava toda encharcada, molhada

E a vil enxurrada carregava voluptuosamente

Latas, pedras, lixo e folhas outonais

O mormaço vulcânico se recolheu silenciosamente

Nas frestas do arrebol

E uma frescura sem igual

Parecia abraçar todos os mortais

Homens, pássaros e animais

E a terra sedenta embriagou-se com a chuva

Que caia a cântaros por todos os cantos

E a copiosa chuva outonal

Lavou a alma dos homens, saciou a sede da plantas

E alegrou o mundo animal

E depois da tormenta

E depois do temporal

E depois da tempestade tão tempestuosa

A tarde de veste de vermelho, dourado e rosa

E nasce nos confins da terra

Entre as nuvens e os raios de sol

Bem nas funduras do arrebol

Um lindo arco-iris que anuncia

É tempo de bonança

A tempestade acabou de passar

E na noite escura milhões de estrelas

Voltaram a brilhar

Antonio Magnani
Enviado por Antonio Magnani em 14/02/2016
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