CHUVA A CAIR.
Oiço a chuva a cair lentamente...
O pio de uma ave sem abrigo,
Assim como vive muita gente,
Levados à condição de mendigo.
Oiço a chuva a cair forte e fria!
Sobre a sorte dos desgraçados,
Caminhando sem estrela guia,
Pelos caminhos enlameados.
Oiço a chuva a cair no telhado,
Como canção para embalar,
O vagabundo que ficou molhado,
E que não tem onde descansar.
Oiço a chuva a cair ritmada,
Na calçada quase deserta,
Onde uma rosa abandonada,
Foi o fim duma paixão incerta.
Oiço a chuva a cair na janela,
Que se abre para a esperança,
Vejo passar a vida através dela,
E chegar o tempo de bonança.
LuVito.