Terra Destruída

Durante a travessia

A ponte quebrou.

Em queda livre o tempo correu,

O mundo se transformou.

E o caos foi estabelecido,

Enriquecido pelo ódio.

No chão seco de um antigo córrego

Ocorre conflitos pelo topo do pódio.

Pela busca do poder,

No deserto em clima de guerra,

Um rio vermelho que surge do sangue

Rega a infertilidade da terra.

A morte se aproxima,

Neste solo que não brota alimento.

Colhemos o que plantamos:

Raiva, fome e sofrimento.

O vento

Não é capaz de refrescar.

A arvore seca até tenta,

Mas a sombra não vem nos assombrar.

De verde não sobrou nada,

O cinza colore o inverno.

O vermelho pinta a brasa

Que nos assa nesse inferno.

Busco uma nova forma de pensar.

Penso numa nova forma de fazer

Com o receio de matar

E o medo de morrer.

Rego com o suor

A unica flor que sobrou,

Para que o homem possa lembrar

De quantas arvores derrubou.

A queda da ponte

Tem como desculpa o acaso.

Acaso que poderia ser evitado

Se não houvesse tanto descaso.

Agora me resta escalar

Para que a ponte seja reconstruída.

Para que outras almas descuidadas

Não sintam a dor desta Terra destruída.

Rafael Zanatta
Enviado por Rafael Zanatta em 08/01/2016
Código do texto: T5504132
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