ENTARDECER

Ao fim da tarde quando sol vai esmaecendo

Se abre um pocho de silencio sobe o pampa

Um matiz de bronze mescla a concha do infinito

Pinta aquarelas na bruma das nuvens brancas

O grande círio expande luz fosforescente

Respingando a anca douradilha do horizonte

De esplendor a flutuar no vazio do universo

Revestindo de púrpuras solar todo o poente

Surge a centelha do lampião clarão da lua

Procedendo a tarde sucedendo o dia

Cabresteia a noite fagulhada de estrelas

Após o preludio sutil da Ave Maria

Tão logo começa a procissão noturna

A quietude se quebra a um concerto de píus

Em voluptuosas urgias e miles bater de asas

Encrespa as calmas e turvas águas do rio

Aos bandos posam aves migrantes sobre a praia rasa

Treme a cortina de junco e a crista dos santa-fé

Estrelas incandescentes navegam na cripta das ondas

Filetes de luar se derrama entre a borda dos aguapés

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 14/11/2015
Reeditado em 24/11/2022
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