Serra
Na ponta da pedra
Em cima da serra
Contemplo o sol
Que o dia encerra
Vento que bate
Frio que invade
Cheiro de mato
Mato a saudade
De minha infância
De ser criança
Menino franzino
Cheio de esperança
Contava os dias
Pra nas férias lhe ver
Sentir o frio gostoso
Que vinha de você
Se vejo-a debaixo
Admiro seu esplendor
Se estou no seu topo
Estou perto do senhor
Pequenas cidades
Se resumem em luzes
Enxergo o mundo todo
Onde serras têm cruzes
Vivo na cidade
Mas não minha alma
Ela habita a serra
Que minha vista esbalda
Ao chegar o dia
Do meu último suspiro
Pedirei ao pai
Meu último retiro
Olhar o imenso
Respirar a calma
Regar com lágrimas
De toda minha alma
Agradecer de estar em seu ombro
Que me permitiu enxergar toda a terra
Sempre serei muito grato
A todos meus pés-de-serra.