Emboaca ao anoitecer

Depois de um dia claro e de visual panorâmico

Muito brilhante, límpido e tempo ensolarado

Onde as belas tardes quentes findam suaves, envolventes

Na praia da Emboaca tudo se arrefece, anoitece.

Ao longe, depois do mar, muito além

O sol se opõe ao ocaso, mas não persiste

Lentamente o sol se põe, se vai, vem a noite

O cenário deixa um legado, “Deus existe”.

Todo o ambiente escurece,

O calor dá lugar ao frescor

E sob o signo da noite fria

As ideias emergem, fazem e acontecem.

A Emboaca se mostra agradável, repousante, aconchegante

Com ou sem luar, ali os gatos são pardos

Sob o domínio da temperatura a alegria emerge

Segue outra vida à medida que escurece.

Ao som da onda sempre a quebrar

No embalo de constantes ventos fortes

Ao balançar das palhas dos coqueirais

Na sua beira-mar, a rua vira passarela, um vai e vem.

Depois que a noite cumpre seu ritual

Rompe a madrugada frígida, desértica

Chega a aurora, o clarear, eis a esperança

Uma nova manhã, um amanhã. Que bom.

Logo o dia amanhece pra todos

Despertando corpos e ideias

Entre nuvens brancas, o infinito azul célico

Surgem os dourados raios de sol.

Os galos, que são muitos, já cantaram e encantaram

É o anúncio sonoro de outro dia que nasce

No horizonte, um clarão, um novo tempo

Todos estão com o pé no chão, literalmente.

Pescadores já despertaram depois dos sonhos

Exala um cheiro forte de café quente

As portas rangem e se abrem ao mundo

Seguem os pescadores rumo ao destino.

O bravo oceano os espera implacável, desafiante

O peixe, um forte concorrente

A pescaria vira moeda, quase escambo

O ensolarado dia apenas está começando.

A lua nova que no alto brilhava serena

Despede-se com a claridade divina

As estrelas já sumiram com a luz do rei sol

A estrela D’alva se encantou, desapareceu.

A aurora brota e a alvorada firma-se no nascente

O brilho solar resplandece sobre as ondas

O vento forte e frio açoita, incomoda

Mas é necessário, ajuda a navegar.

Em terra, os sinais do alvorecer intensificam-se

Os pássaros deixam seus aposentos

Muitos gorjeiam e mostram vigor

O bem-te-vi alardeia, se peneira.

O anum-branco, o piririguá, fanfarreia em bando

O nosso pequeno rouxinol

Aquele pássaro marrom inquieto

Enquanto balouça sua cauda, chia e salta.

Sobre o mar sopram brisas úmidas, frias

Ainda escuro, pequenos barcos singram mar-a-dentro

O destino logo se aproxima, o pescado, mas é peregrino

Os homens do mar irão cumpriu suas missões, a sobrevivência.

Os valentes pescadores sempre atentos

Mantendo um olho no peixe e outro no mar

Defendem-se das ondas que quebram e deixam à deriva

Voltar será mais um desafio a superar.

Aqui fora, onde todos moram

O dia chega com o clarear. Um bom dia!

A rotina começa ao despertar

A vida segue na ascendência solar.

Logo também se aproxima outro pôr-do-sol

O lusco-fusco se mostra atrás dos morros brancos

Novamente anoitece, escurece, mas não emudece

Nada como uma noite entre dois dias.

Eis a nossa linda Emboaca, uma bonita Vila

Um lugar, uma praia, um motivo

Espremida entre o Pé-do-morro e a pancada do mar

Quão bela praia a se perder de vista. Eis o mar.

Conheça a Emboaca, uma praia para se apaixonar

Um lugar de gente simples e acolhedora

É mar, sol, praia e vida. Tudo de bom

É ali no Trairi, no lado oeste do Ceará, na Terra do Sol.