UM DIA DE OUTONO

A névoa fria paira no ar,

Deixando a paisagem misteriosa.

Gotas de orvalho ficam a oscilar

Das rosas vermelhas tão preguiçosas.

Após a noite de outono,

As hortênsias despertam joviais,

Mas as camélias mesmo com sono

Não deixam de ser cordiais.

Uma pequena aranha volta a tecer

Sua teia intrincada

Enquanto uma menina vê nascer

Uma andorinha bem delicada.

As carpas nadam elegantes

Como se estivessem a bailar.

E as rãs continuam saltitantes,

Só parando para se camuflar.

Aos poucos o calor aumenta

E a bruma tênue se desfaz,

Mas a borboleta sedenta

Com o néctar se satisfaz.

Indolente e sem pressa

A manhã dá lugar a tarde,

Que sem fazer qualquer alarde,

Chega repleta de promessas.

Por fim, vem a noite majestosa

Com sua lua toda reluzente

E as orquídeas meio que dengosas

Esperam ver uma estrela cadente.

Beth Rangel
Enviado por Beth Rangel em 18/02/2015
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