O Mar

Parecem ondas néscias da insanidade azul espumada,
Mas é apenas um poema de imensidão demasiada,
Perfeito ao refletir a imagem do astro resplandecente,
Remetido às fulguras escaldantes de forma regente.

No compasso randômico da natureza ele balança,
Causando aos olhos humanos infantis a esperança,
Enquanto nas mais altas profundezas do seu íntimo,
Surgem as mais diversas criaturas bailando em seu ritmo.

Um baile sem começo e sem fim vai entoando,
As mais intrépidas canções deveras ressoando,
Muitas vezes compostas em parceria com o vento,
Na mais complexa harmonia e digníssimo talento.

Admirado por sua limpidez e temido por sua bravura,
O forte o lampeja pela noite com clarão de desventura,
Um recanto salgado que gera ilhas de areia ou corais,
Misterioso ao extremo, regido por Deus, inspiração do seu cais.