A CHUVA
A CHUVA
Assim que a chuva vem eu me lembro de você
Abrindo os olhos e viajando por entre a finura da cortina
Vou no clarão da luz do relâmpago que me faz tremer
Parece um grito ecoando e se espalhando por sobre as colinas
Os cavalos cavalgam distantes quase lá no pé do morro
E parecem disputar com os vagões do trem que solta muita fumaça
Os laranjais bem que precisavam sim de muita água caindo do céu
Fecho os olhos que o sono quer me pegar
E você foge de mim como a locomotiva dizendo adeus
Faço força para manter-me acordado
Mas a mistura de todas as cenas tornam-me leve e solto
Acabo dormindo e sonho contigo
Correndo por entre as árvores
Seu cabelo esvoaça
Seu riso reluz
Se estivesse sol eu estaria sem este sonho tolo
E não teria escrito este poema insípido
Inodoro e incolor
Agitaria a rua e olharia as pernas
Os inúmeros braços e bocas nos bares
Nas bibliotecas
Comeria olhos
Mergulharia
Em cada gota de chuva
E ao chão me deixaria levar