EXTINÇÃO

EXTINÇÃO

Hoje é difícil sentar por alguns minutos

Olhar para o céu, relembrar que ele é azul...

Colher uma flor, sentir seu aroma

Hoje parece que o amanhecer tem pressa de anoitecer

As respirações transluzem rapidez

Os corações pulsam ambições

O canto dos pássaros se tornou parte da rotina

Não se observam mais as cores dos canários

E nos olhos, apenas o reflexo da glória...

Dorme o amor ao lado do ódio...

E nas faces, o despertar da procura

Onde se refugiou a humildade...

Talvez embaixo da liberdade das aves...

Hoje, é difícil crer que a natureza sustenta a vida

Pois nossas mãos atrevidas, á fere, á aniquila...

Quem se propõe a ser poeta,

Quem se submete a amar a vida...

Olhar para o céu e adotar uma ave...

Olhar para a terra e adotar uma fera ferida...

Nas faces, gargalhadas transbordam estafas,

Quem se prontifica a se alimentar de fé...

Buscar em Deus a cura,

Plantar a flor do amor nas avenidas...

Pausar para aprender com o horizonte

A ser insaciável e constante...

Despir-se do invólucro cego das histerias

Para inclinar o ouvido para escutar

O que a morte não pode falar...

O amanhã será o resultado do hoje,

Será a capacidade do jovem que envelheceu...

Somos os elos da corrente...

A espécie que ainda sobreviveu...

Poesia Marisa Zenatte

Mrmaryllady
Enviado por Mrmaryllady em 06/08/2012
Código do texto: T3816945
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