jeronimo ,sabía laranjeira





Gostaria de dizer,contudo,temo,ninguém entenderia
Que,pelas manhas de inverno,apesar de intenso frio
Visitava-me,com seu mavioso canto, trazendo alegria
Um sabia laranjeira a me saudar com seu alegre pio!

Falam todos os vizinhos,que, de louco, estou tão perto...
Quando ,em prosa amiga,o pássaro,em canto,me diz;
“Quisera,que,algum dia,soubessem o que penso,por certo”
“ Levar a semente das flores,foi tudo o que eu,sempre ,fiz”

Até hoje,ainda ,não sei,por que dei Jerônimo,o seu nome.
Talvez,por vê-lo,um dia, enfrentar um temível gato,sozinho
Para salvar os filhotinhos de sanhaço que morriam de fome.
Eu,tolo,a pensar;”Ah!que este herói é,apenas,simples passarinho”!

Mas,hoje,nesta manha clara de primavera,ele chegou bem manso...
Não cantou,convidando ,com seu canto, o despertar da passarada
Parecia,estar bem longe,e seu coração triste,sentia entranho banzo
Que,em minha alma,lamentei,o surgir daquela ultima alvorada...

Jerônimo sentia ,a pré ciência dos cisnes e embelezara seu canto
Deveras,ouvira de Deus,um acalanto,murmúrio triste, dolente
Que,em aperto doido,em seu plumoso peito,abafou-lhe o pranto
O pobre amigo sabiá,numa cantiga tão linda, de despedida silente...

Hoje,já não ouço ,mais ,Jerônimo ,nos galhos fortes da goiabeira
Parece ,assim,que meu destino incerto,de um jeito,jogado ao léo
Que,nas horas matutinas,nas tardes mortas,ouvira ,uma vida inteira
Contudo,cerrando os olhos,lentamente,ouvirei as cantigas,lá,do céu