O mesmo menino

Tudo moderado

Em nada repetido

Eis a criação.

Gota a gota de um puro sangrar

Vem à luz a luz do mundo

No esplendor de toda pobreza

Pastores e ovelhas se achegavam

Entre a virgem mãe, e seu marido,

Um galo, um asno e um boi.

Sob a guarda de um ser alado e reluzente,

No berço em palhas douradas,

Um menino.

Eis que se faz homem o próprio Criador.

Recria assim, a nossa inteira e esquecida semelhança

Na dor de ser traído, negado e abandonado.

Sangra por todos, em sua pura inocência e morre.

Em outros lugares renasce sempre imortal e eterno

O mesmo menino.

Lembrado apenas por trocas de mirra, incenso e ouro.

Jaak Bosmans 14-11-09