Meditação para a morte

Posso passar toda a minha existência vivendo para outros, buscando em outros orientação para o que devo fazer, mas na decisão derradeira quem vai ter que morrer sou eu. A liberdade de, no momento final, decidir morrer e se reconciliar consigo mesmo só vem da liberdade de amar profundamente a vida. Porque, no fundo, quem terá de passar da existência à não-existência, das trevas à luz e da dor ao amor, sou eu. E cada momento em que sei que estou vivo é uma meditação para a morte. Porque, para conseguir afirmar ainda a vida no momento mais doloroso dela – o da partida –, é preciso ter aprendido a afirmar cada dor menor ao longo de toda a jornada. Não é somente uma meditação, mas um exercício: aquele em que eu supero e meu espírito galga as esferas cada vez mais elevadas da eternidade anônima, da dignidade e da liberdade.

Eu sou um ser cheio de sonho… e é isso que faz minha vida fazer sentido.

Eli Jardel Alexandre
Enviado por Eli Jardel Alexandre em 11/05/2024
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