Morte(s)

Passamos diariamente por um processo de morte

Lento, no entanto, natural

É a vivência chegando ao final

Encontrando, a princípio, seu norte.

Repentina, ceifa-nos com o corte

Uma ruptura integral

Em um ciclo de recomeço sazonal

Trata-se de uma transição forte.

A morte, a priori, biológica

No enrugamento evidente

No raciocínio e ausência de lógica.

No movimentar-se lentamente

Como falhas na máquina andrógina

É o preparar -se definitivamente.

Tem-se, por fim, a morte legítima

Do espírito já liberto do corpo

Mensageiro carregado de confortos

Da qual, portanto, todos somos vítimas.

Marcel Lopes

30/03/2024