O DESTINO DO POETA

Aqui jaz um amor perdido

Tão náutico e sem oxigênio

Dantes vivia sempre aquecido

Agora é tão frio e homogêneo

Na egrégora falta-lhe ânimo

Os pensamentos incontidos

O que há no livro Sânscrito

São mistérios despendidos?

Eis ali jaz um amor e sem laços

Sem uma coroa de flores

Fenece o grandioso abraço

E o que tinhas a não ser dores?

Ah, é um amor que ali jaz

O que tanto foi tão digno

Se desvencilha e não compraz

O poeta que vive seu destino

Oliveira de Carvalho
Enviado por Oliveira de Carvalho em 17/03/2024
Código do texto: T8021539
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