O inútil
Um dia, cansado de carregar o fardo de ser um fardo,
Decidiu que ficaria melhor num porta-retratos.
Como combinado, os ponteiros iniciam a contagem, desgovernados.
O homem, então, pede desculpas ao quarto,
Invoca seu lado arrebatado e...
Um parto mental ao contrário!
Grita a janela, cobrindo os olhos com a cortina.
Uma onomatopéia dança ao som do ferro que berra,
A cabeça do coitado acomoda-se na quina da cama, que se enruga, e o
Sangue verde-melado brinca com o chão.
.
.
.
Antes do clack, passou mal, gingou e acabou por cabecear a cabeceira.
Alcançou sua catarse após sofrer um infarto.