Escuro Futuro

Em que adianta resistir,

Lutar pelo simples existir

Se sete palmos nos aguardam

Antes da lua cair?

Antes do sol nascer,

Antes do abraço tao aguardado,

Depois de palavras tolas ditas

Sem tempo para ser desculpado.

Sem julgamento,

Nem direito de defesa.

Em um piscar de olhos

Mais rápidos que a água da correnteza

Ou na lentidão de uma represa.

No medo de ver o fim à frente,

Sentir o corpo dormente

Na dor que apaga nossa mente.

Como uma lâmpada

Que sem energia não consegue iluminar,

Não vejo luz, nem esperança

Quando o túnel terminar.

Ficamos no escuro,

Não sei quem eu sou.

Agora eu virei a carniça

Na qual a mosca pousou.

Mais um corpo sem vida

Vítima da unica certeza:

A vida é o banquete

E a morte a sobremesa.

Rafael Zanatta
Enviado por Rafael Zanatta em 07/01/2016
Reeditado em 22/02/2022
Código do texto: T5503223
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