Insônia

Ao cair da noite sombras se movem furtivas.

Uivos e gritos ao longe, de criaturas sem rosto.

Deitado no escuro, olhar inquieto, demente,

A audição sensível rastreia em prontidão

A distância e natureza do perigo iminente.

A insônia, esta companheira insensivel

Não dá tréguas, se junta ao exército implacável

Que nos acossa, em espreita perene.

O tempo parou na dimensão presente.

Os ponteiros do relógio não se movem mais.

O coração bate acelerado, em descompasso.

O ar frio da noite nos chega insuficiente,

Os fantasmas do passado, emergem como

Vividas lembranças, como fatos recentes.

Um campo de batalha se formou no escuro da mente.

A batalha que se vislumbra é única, definitiva.

Na linha tênue que demarca os terrenos adversários.

Nas trincheiras que cortam o campo minado.

Dois comandantes dão suas ordens, traçam estratégias.

De um lado a Razão, de outro a Loucura.

A luta segue até o nascer do sol quando

Seus raios vibrantes, quentes, queimam

Sem piedade os combatentes do exército sombrio.

Mais uma luta vencida, mais um tempo conquistado

Nesta guerra que se perpetua logo que a noite cai.

João Drummond
Enviado por João Drummond em 15/04/2024
Reeditado em 15/04/2024
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