Eu Ouço Vozes
Vozes na minha cabeça, um tumulto silencioso
Palavras dançam, num caos laborioso
Quero que elas partam, que me deixem em paz
Mas persistem, teimosas, não sou capaz
Sussurram segredos, gritam verdades cruas
Cada uma uma história, uma vida nas ruas
Murmúrios de angústia, risadas de dor
Ecos do passado, num constante clamor
Tento fugir, encontrar a quietude
Mas elas me seguem, numa busca rude
São companheiras e algozes, neste jogo sem fim
Voam como pássaros, aprisionam como um jardim
Às vezes, tento entender seu propósito
Se são amigas ou um destino injusto nesse depósito
Mas no labirinto de minha mente, não há resposta
Apenas as vozes, numa dança disposta
Então aceito, resignado, sua permanência
Convivo com elas, numa frágil convivência
Pois são parte de mim, desse ser tão complexo
As vozes na minha cabeça, ecoando no reflexo