Avesso

Eu bem me lembro do meu olhar diferenciado,
Quase ignorado,
Tem perfume diferente,
Atrevido, mas decente,
Doce, apimentado,
Como meu sertão,
E agora,
Aflorado nessa história da maior maluquice já vivida,
Meus passos são curtos, quando mais quero correr,
A dança chega, quando o entrave da Vida me abraça,
Que sem graça,
E ainda sorrio, sinto o cheiro do perigo, devaneios,
Ou flutuo ou enlouqueço,
Não me queixo do que enfrento,
Se já não ando,
Minha mente me liberta,
Não vou ficar na espera da sanidade que não vem,
Minhas pernas viraram penas,
A força que tenho vem do Céu,
-DEUS, dá meus pés!
Quero continuar andando,
Ou me faz andar, em Teus ombros,
Mas não tira minhas loucuras,
É meu antídoto, para a realidade,
Quando tudo arde,
E já não vejo solução.
O avesso, é a resposta, não importa,
Cada um sabe onde e quando abrir a porta,
É melhor que pensar na morte,
Quando se está morrendo aos poucos,
Prefiro o louco, mesmo que pouco,
Que a vastidão da "sanidade",
Da falsa santidade em que todos vivem.




 
Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 27/12/2018
Reeditado em 27/12/2018
Código do texto: T6536494
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