Pensamentos Ondulatórios

O corte da navalha

sobre os fios dos girassóis.

Queima as linhas horizontais

sobre a cruel e fria

tempestade de outrora.

Tempo, passado, remoto.

A vingança sobre a curva

das estradas.

Os olhares dos corvos

sobre a escuridão do

amanhecer.

Triste, triste testemunhas,

que agonizam as dores

da vida, nos olhares trêmulos

da morte.

Grotescas espumas

marítimas,

sobre as ondas do mar.

E o uivo a soar alto.

No corredor das longas

clarezas das noites sobre o

luar.

Sem pensamento

ondulatórios para pensar,

nesse vazio desgastante.