Meio insana meio sã

Arranha a garganta

Me sinto estranha

E as lagrimas inundam os olhos

Será que agora eu poço?

Quero gritar bem alto

Pra assombrar nas ruas os passos

De quem passa sem saber o que se passa

Difícil dizer, e mais difícil esquecer

A estranheza de ter que ser

O que não quero e nunca quis

Sorrir sem respirar pelo nariz,

Pra inaturar minha natureza

Domar minha tristeza

Tentando ser estável, me descubro tão instável

Que o melhor seria ser, aquilo que não se vê

Pra poder fingir um pouco,

Que sou sã e odeio os loucos

E assim não mostrar quem sou

Tão insana quanto ninguém

E normal como qualquer alguém.

Maria Melo
Enviado por Maria Melo em 05/10/2016
Código do texto: T5782498
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