Sobre ontem

Dizem que sou louco,

Que atraio a loucura,

Que os loucos me amam.

- E se assim for recíproco? -

E dizem mais,

Quem é louco está condenado, por si.

Não creio que seja eu um louco,

Mas sei, não sou são,

E isso pouco me importa diante da normalidade vil de uma humanidade hostil, intelecta e morta ao coração que pulsa com marca passos 18 quilates, além do mais nojenta por sua própria conta em risco. Podre, Podre.

Quero visitar as galáxias que meu pai Tuon do planeta Tission visitava, ele era caixeiro viajante, vendia remédio de graça pra comunidades ricas de lá, porque os pobres, como nós éramos saudáveis, ouça bem, éramos. - Eeeh saudade. -

Louco, porém vestido, Napoleão de unhas pintadas com esmalte preto de Leopoldina, prima de Josefina sua amadissima esposa que ao longo dessa história já havia sido traído com um belo Moreno de ombros largos que tinha um Zeppelin de nome Mandioca.

- Você tá dizendo que eu sou louco? -

A loucura pra mim é presente diante de sua normalidade. Tenho a força de viver, de falar, de amar, de acordar, de dormir...

E dessa loucura, diante mão a loucura intensa do que se diz ser, eu ainda sobrevivo. Estou escapando dos mal bocados da igualdade, e o senhor que fique em sua nave aguardando a hora certo pra sairmos de fininho para Tission, onde meu pai Tuon nos espera, lá você é bem vindo.

Marcos Pagu
Enviado por Marcos Pagu em 28/01/2016
Código do texto: T5525698
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