Abutre
No fim da noite
Há um abutre em minha sombra
Há um abutre
Ele paira, ele fica, parasita
O abutre no meu ombro, na minha alma
Sempre me arrastado pelo tornozelo até a cova
A cova de lembranças, a cova de arrependimentos, a cova que me puxa
A cova pela qual me apaixono, me prendo e pairo
Parasita
A graça já não mais me alcança
Perdido em sombras, vaga, sem rumo
Tentando me encontrar, se encontrar
Querer já não é mais suficiente
A que ponto chegamos?