Tipo Proteu

Na minha epístola contei sobre mim

Falei sobre o eremita que sou

Sobre a etopeia

Sobre as estrepes que me atormentaram.

Os que encontrei, tão inexoráveis.

Tão entorpecentes os que amei.

Tentei falar sobre o quanto fui hílare,

Mas não quis faltar com a verdade por ser tipo Proteu.

Nas margens plácidas não chorei, apenas pereci por dentro.

Fez muito frio!

Tornei-me sólido como as nuvens carregadas

Aquele olor que não saía de mim, mudou-me.

Trouxe o mal, inconseqüente.

Com o punhal tentei me livrar de tudo.

Faltou emoção até pra desistir.

-Não lembro o que se diz na minha epístola...

SSC em 12/06/08

Samuel Souza
Enviado por Samuel Souza em 16/10/2012
Reeditado em 16/10/2012
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