FÚRIA

Um suspiro e uma xícara de café. Tudo o que eu preciso.

Há um intruso dentro de mim, que não tem nem um pingo de bom senso.

Por tal motivo, ponho-me a decifrar...quem és tu? Que me faz chorar, me doa desespero, muda a visão de meus olhos, pobres olhos, que foram obrigados a apreciar algo proibido.

Já nem sei mais o que faço, como deixei-te entrar, assim, tão facilmente, tão imperceptível...como?

Por que me fazes amar o inviável, e detestar o correto? Por que insiste em embaralhar tudo, como se fosse um jogo de cartas...Banal.

Te suplico que fujas de mim, que torne como apresso um outro qualquer que vague pela noite como se esta fosse sua amiga, fiel escudeira. Fujas.

Ah...Mas há tantos tipos de sorrisos...E este que tu me fazes ver? Que é isto? Por que teimas em apreciar-lo? Ele está tão longe, longe da minha capacidade, longe de mim. Longe.

Já estou a debater-me contra mim mesma, contra uma outra eu, que sai por ai amando, desejando, tricotando um alguém em meu peito, que eu jamais tricotaria, um alguém totalmente fora dos meus eixos. Distante.

Frio. O frio que sinto é diferente, é torturante...Por que não me deixas amar um astro, ou uma simples estrela? Estes estão na minha condição, com estes eu posso...Sei que posso...

Fujas enquanto é tempo, enquanto não me enfureço...Tens somente algum tempo. Estou quase travando uma guerra dentro de mim, e se entro em uma, não perco. Nunca perco. Fujas.