Amanhã, Talvez...

Amanhã quem sabe eu vire gente.

Hoje pretendo ser o animal que sou.

Amanhã talvez atravesse a ponte de Nietzsche e chegue ao além do homem, mas não adianta “dar passos maiores que as pernas”.

Amanhã talvez avalie e julgue quem acertou ou errou...

Mas hoje, humano que sou, animal, racional ou irracional, quero apenas matar e me alimentar de frutas, relvas e feras.

Amanhã, de manhã, na aurora de um outro dia, talvez, talvez, queira atravessar o país dentro de um velho carro, talvez um gol. Talvez vou, talvez não...

Mas hoje, hoje, quero viver o dia dentro desta esfera chamada terra, e curtir o que de fato sou...

Quem errou, e se errou, não me importa!

Se nem eu sei ao certo quem sou, quem seria eu pra julgar aquele que se desespera?

Não sou juiz, nem atleta, nem profeta...

A cada atmosfera, ainda respirando, sou mais um pateta, desses que aqui perpetra, em terra sem lei, o vôo de uma avestruz, credo em cruz!, que se extingue a cada dia, à míngua, ao sopro covarde de inumanos, à qual cava seu buraco no chão para não ver, lembrar e nem querer saber que um dia teve toda sua família caminhando em paz sobre esta terra...

Não sou!

Não vou!

Tudo já era, de repente!

Savok Onaitsirk, 31.03.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 31/03/2011
Código do texto: T2882091
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