POÇO (Drogas Caminhos sem volta)

Olhos injetados de sangue, cegos e parciais

Brilho sinistro, zombeteiro

dentes escuros, arreganhados

veias a mostra

cérebro pulsando, em decomposição

cabelos arrepiados, espicaçados

ouvidos surdos aos clamores justos

retrato falado da sociedade

quando vista no espelho da nudez diária

cada dentada a raiva espelha

o ódio floresce

o amor é caótico

corre ácido corrosivo nos pulsos flácidos

o rei comanda o que lhe convém

os ramos abraçam os incautos

e...quem é pego de surpresa

impreterivelmente, dança

mas não adianta fugir

nas unhas afiadas ficarão fiapos de carne

este berro hediondo será ouvido

no fundo do poço.

Adeus

JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES
Enviado por JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES em 08/05/2006
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