O rei do banheiro.

Acordo.

Ainda com os olhos queimando ao Sol.

Em um lapso corro ao meu trono.

Levanto o portão do meu reino.

Arriba! Sou rei, não é sonho!

Ergo-me imponente.

Olho nas ventosas da minha linda Argentina.

Caminho graciosamente.

Mas esperem, todos pelo palácio olham-me diferente.

O que será que acontece?

Vou matar todos estes insolentes!

Então, olho para trás...

- Papel higiênico preso ao meu sapato.

E de repente, um grande rastro tornou-se visível ao chão.

De longe avisto aquele composto marrom, derivado de excretas, armazenados no Real intestino!

Que vergonha!

Esqueci de limpar-me!

Oh! Senhor! Será, então, jocoso o meu destino?

Saio rapidamente.

Encarar o mundo real.

Necessidade eloqüente!

Julgamento moral.

Chego ao Brasil.

E o Brasil me fará Rei!

Campanha...

Gastos...

Fortuna perdida.

E o poder? Ganhei!

Esplendorosa sensação de respeito.

Calorosa aclamação deste povo abençoado.

Primeiro dia.

Ai que alegria!

Hora de rir da sociedade e das verdades que ela sempre omitia.

Então, a passos largos, caminho de volta ao meu trono.

Mas, a história se repete como o R.E.M do meu sonho.

Sou deposto!

Suprimiram meu poder!

De reto fatal, a serzinho banal,

Causador de risos, esfíncter anal.

Sou o escracho do cidadão comum.

Ídolos passageiros.

Sou aquele,

O rei do Banheiro!