A Fortuna do Intemperado

Acorda cedo, noite mal dormida

Remela grudenta e moleza nojenta

Singelo bocejo, em alegre gracejo

Um dia de sol alegre a clarear...

...um mal humor a corromper

****

Despida por livre-arbítrio

Para as belezas da brisa em tua desnuda tez

Um corpo feminil e de crasso torso

Das cavidades não naturais

De suas carnes suculentas

****

De frente ao espelho

Pensas e temes o que lhe confrontas:

‘A infame zombeteira

Peste, mal agouro de tua vida

Nojenta como és sempre

A me infortunar a fronte de minha bela vida’

****

Desde que lhe tem por percepção a perfeição

Quando os olhos passaram a compreender a Venucidade

Descobriu-a, dentre seus mais terríveis assombros

Assombro de matar o poltrão

****

E a segue a perdurar-lhe, a maltratar-lhe

Sempre em seus momentos de prazer...

Na luxúria e na embriagues

Das deliciosas iguarias do esfaimado.

****

Ficava a se martirizar, sem nunca se esquecer de seu prazer glutão

Mãos gordurosas e o prazer do consumo pecaminoso

Da fartura e da punição

****

Assim venha.

Serás,

sem frustrações

Sem medos...

... Só felicidades.

****

‘Por que me afrontas tanto.

Por que não me deixas escarnecer da Beatitude

Por que me afastas os homens Apolíneos

Os de falo sedentos, ora porque não...’

****

‘Por que me ofereces tais rascunhos?

Tais dejetos imprestáveis

Carcomidos e satíricos

Imprestáveis no reino do Prazer’

****

‘Maligna... Odeio-lhe

Desagrado e infame

Detestável filha do Azar

Oh santos amados, dispa-me desta chaga.’

****

‘Pois odeio, odeio-lhe muito: Bandulho Nojento.’